quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Hilário Correia


 Hilário Correia (também grafado Hylario Correa), que publicou um livro intitulado "Vidraça Partida", na década de 1940. Hoje uma raridade. Ele ficou famoso também por ser um poeta social, tendo composto uma poesia chamada "As tecelãs", que, segundo o escritor Eduardo Maffei, era uma ode entoada por todos os presos do "Maria Zélia", o presídio político da Era Vargas.


informações de Carlos Carvalho Cavalheiro.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Felix Pacheco

Felix Pacheco, piauinse dedicou-se à vida literária. Poeta de estilo intermediário entre o parnasianismo e o simbolismo, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1912.
 
 
Do cimo da montanha
Musa, pára um momento aqui, musa severa!
Olha deste alto cimo a Pátria, o Sonho, a Vida...
Mede toda a extensão imensa percorrida,
E o presente, e o porvir esmiúça, e considera!
Interpreta, na estrofe, a saudade sincera,
E realça, firme, o traço à página esquecida!
Canta a luz que te doura, e estende-a, refletida,
Sobre os rincões natais, que tua alma venera!
Mas grava tudo lenta, unindo, com orgulho,
O esto dos palmerais, e a harmonia dos trenos,
Como na relação do efeito para as causas...
Junta o carme à epopéia, enlaça o grito e o arrulho,
E os quarenta anos teus se fixarão, serenos,
Num longo beijo quente, ampliado em sóis e em pausas
 
 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

eugenio carneiro monteiro

escritor paraibano que retratava o cotidiano do sertão, sua principal obra é Brasil Rimado.

Porteira Velha

Porteira Velha, cansada
no mourão sempre a gemer
por ti passou alegria
e também muito sofrer
vaqueiro tangendo boi
gado magro e retirante
gente velha, estropiada
vindo de terra distante

Casamento e batizado
agua trazida da fonte
colhida em pote de barro
vertida ao pé do monte
gente enterrada em caixão
defunto trazido em rede
crianças pobres, coitadas
morrendo de fome e sede




segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Oscar Ferreira Junior

medico, fundador da sociedade brasileira de cardiologia, autor de sonetos - besnard freres- 1931


vai o sol de vagar sobre a aflição do mundo
cerrando com preguiça a palpebra gigante....


Suave Torpor

agora é a lassidão que meus membros domina
e esta vontade imensa e boa de dormir
doce e lento torpor aos poucos sinto vir
alquebrando meu ser que para o além se enclina




Serafim França

Serafim França, poeta "especializado" na temática paranaense, escreveu livros como Torre Verde, Minha Linda terra dos pinherais e Planalto



Planalto
abrem-se, em torno a mim, os horizontes
de minha terra, os campos infinitos.
olho orgulhoso a esses paineis bonitos,
descendo vales e subindo montes

alem - esse vigia de granito,
o marumbi, soberbo, como um brontes!
e os pinheiros erguendo as nobres fontes
de deuses verdes, num estranho rito

é um mundo este em que vivo, um novo mundo
amo o solo em que piso, até o profundo
de seus lindes azuis, no ceu imersos

onde quer que palpite a sua alma ardente
a minha vibração está presente
e eu a exalto, cantando-a nos meus versos!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Renato Caldas

O poeta assuense Renato Caldas (08.10.1902-26.10.1991) é considerado o maior representante da poesia matuta norte-rio-grandense. Comparado a nomes como Catullo da Paixão Cearense e Zé da Luz, Caldas conseguia, de modo simples e espontâneo, abordar temas como o amor, a vida no meio rural, a simplicidade do homem do campo, a natureza e a beleza feminina. Recebeu a alcunha de “O poeta das melodias selvagens” por causa da rudeza e originalidade de seus versos. A obra mais conhecida do poeta chama-se Fulô do mato (1940).

Lagoa das moças

Vancê tá vendo êsse lago,
pequeno, desse tamanho?
Apois bem, é a lagoinha,
onde as moças tomam banho,
quaje tôda menhanzinha.

Eu num sei pruque razão
essa água cheira tanto?
Num sei mesmo pruque é...
Mas, descunfio e agaranto:
sê do suô das muié.

- Mas, se eu fôsse essa lagoa,
se ela eu pudesse sê!
Se quando as moças chegasse,
eu pudesse as moças vê...
Aí, os óios eu feixasse...

Quando n’água elas caísse
eu pegava, abria os óios.
Uns óios desse tamanho!!!
Só pra vê aqueles móios
de moça tomando banho.



Antonio Manuel Alves de Lima

Antônio Manuel Alves de Lima nasceu em 27 de julho de 1873 em Tietê. Assim como seu conterrâneo Cornelio Pires teve evocação metafísica. Foi pioneiro ao criar a fazenda de café em Tietê, onde desenvolveu o cultivo dos grãos; e também ao comercializar rubiáceo (grão do café), através da criação das casas de café no Brasil e na Argentina.
O falecimento de Julita, sua esposa, em 1945, fez com que Antônio Manoel escrevesse o livro, “Inspirações e Reflexões Sobre Este e Outro Mundo”. Além disso, transformou o desejo do casal em realidade - a chácara de Santo Amaro, em 6 de dezembro de 1952, passou a ser a sede da Fundação Julita.