terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Felix Pacheco

Felix Pacheco, piauinse dedicou-se à vida literária. Poeta de estilo intermediário entre o parnasianismo e o simbolismo, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1912.
 
 
Do cimo da montanha
Musa, pára um momento aqui, musa severa!
Olha deste alto cimo a Pátria, o Sonho, a Vida...
Mede toda a extensão imensa percorrida,
E o presente, e o porvir esmiúça, e considera!
Interpreta, na estrofe, a saudade sincera,
E realça, firme, o traço à página esquecida!
Canta a luz que te doura, e estende-a, refletida,
Sobre os rincões natais, que tua alma venera!
Mas grava tudo lenta, unindo, com orgulho,
O esto dos palmerais, e a harmonia dos trenos,
Como na relação do efeito para as causas...
Junta o carme à epopéia, enlaça o grito e o arrulho,
E os quarenta anos teus se fixarão, serenos,
Num longo beijo quente, ampliado em sóis e em pausas
 
 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

eugenio carneiro monteiro

escritor paraibano que retratava o cotidiano do sertão, sua principal obra é Brasil Rimado.

Porteira Velha

Porteira Velha, cansada
no mourão sempre a gemer
por ti passou alegria
e também muito sofrer
vaqueiro tangendo boi
gado magro e retirante
gente velha, estropiada
vindo de terra distante

Casamento e batizado
agua trazida da fonte
colhida em pote de barro
vertida ao pé do monte
gente enterrada em caixão
defunto trazido em rede
crianças pobres, coitadas
morrendo de fome e sede




segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Oscar Ferreira Junior

medico, fundador da sociedade brasileira de cardiologia, autor de sonetos - besnard freres- 1931


vai o sol de vagar sobre a aflição do mundo
cerrando com preguiça a palpebra gigante....


Suave Torpor

agora é a lassidão que meus membros domina
e esta vontade imensa e boa de dormir
doce e lento torpor aos poucos sinto vir
alquebrando meu ser que para o além se enclina




Serafim França

Serafim França, poeta "especializado" na temática paranaense, escreveu livros como Torre Verde, Minha Linda terra dos pinherais e Planalto



Planalto
abrem-se, em torno a mim, os horizontes
de minha terra, os campos infinitos.
olho orgulhoso a esses paineis bonitos,
descendo vales e subindo montes

alem - esse vigia de granito,
o marumbi, soberbo, como um brontes!
e os pinheiros erguendo as nobres fontes
de deuses verdes, num estranho rito

é um mundo este em que vivo, um novo mundo
amo o solo em que piso, até o profundo
de seus lindes azuis, no ceu imersos

onde quer que palpite a sua alma ardente
a minha vibração está presente
e eu a exalto, cantando-a nos meus versos!