domingo, 10 de outubro de 2010

Ilka maia

Poetisa paulistana, publicou seu primeiro livro de poesias (Alvoradas) aos dezesseis anos, em 1924, editado pela Typographia da parceria de Lisboa. O prefácio do livro foi feito pela pioneira do feminismo no Brasil: Maria Lacerda de Moura, a qual Ilka dedicou o seguinte soneto

As pedras
Quem diz que a pedra é muda, a beira de uma estrada,
é pedra morta e fria, é pedra indiferente?
Quem diz que ella não sente os beijos da alvorda?
Quem diz que a pedra é morta e que a pedra não sente?

Quem diz que a pedra é um bloco estupido de nada?
Quem diz isso, não pensa-- e quem diz isso mente!
A pedra, a pedra muda a beira de uma estrada,
é um mysterio do céu! Talvez um penitente!...

E é por isso que quando, as lágrimas das chuvas,
Rolam, cheias de dor, dos olhos das estrelas,
Choram as pedras, sós, como velhas viuvas..

E é por isso que quando, as vezes distrahido,
voltas, mudo, pastor ao passar junto dellas,
parece - te escutar, as vezes, um gemido....

3 comentários:

  1. Amo as poesias de Ilka Maia. Meu tio é poeta e as declamou para mim. Assim conheci a essência dessa poetisa!💞🎶⭐

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  2. A nobre poetisa Dna Ilka Maia é minha poética Ensinou-me a declamar poesias de minha autoria aprovadas por ela, como também, ouvi suas poesias antigas e as mais recentes dos anos de 1970 Sinto-me muito honrado em pertencer a linhagem Menotti del Picchia Ilka Maia e Orley Dulcetti Junior Pax Profundis Dna Ilka

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  3. Olá. Se tiveres os poemas varal de roupa e o conceito de perdão de Ilka Maia, pode me enviar? Grata desde já.

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